Parabéns, Assistente Social! Na Copa, nosso grito é por saúde, transporte, moradia e liberdade de expressão!

Comemorações alusivas ao 15 de maio se espalham por todo o Brasil. Em alguns espaços, campanha foi censurada.

Imagem mostra deficiente físico em frente a um barraco com péssimas condições de habitação e acessibilidade e os dizeres: na copa, comemorar o quê? nosso grito é por moradia digna
(Foto: Bruno Costa e Silva / Arte: Rafael Werkema/CFESS)
Parabéns, assistente social. Parabéns a você que faz parte desta categoria profissional que, diariamente, trabalha para viabilizar os direitos da população brasileira e seu acesso às políticas sociais. Parabéns a você que defende um projeto de sociedade sem opressão e exploração de classe.

Serviço social se faz na luta. Não é à toa que mesmo no Dia do/a Assistente Social, celebrado neste 15 de maio, a lembrança e as comemorações à data trazem também uma bandeira de luta desta categoria profissional: o direito à cidade.
Todo ano, o Conjunto CFESS-CRESS realiza uma campanha alusiva à data e, junto com ela, um posicionamento político e crítico.
Por isso, em 2014, a partir da temática “Serviço social na defesa do direito à cidade no contexto dos megaeventos”, definida pelo 42º Encontro Nacional CFESS-CRESS, foi a campanha do Dia do/a Assistente Social trouxe como mote criativo “Na Copa, comemorar o quê?”. Com a proximidade dos megaeventos, o serviço social precisa marcar seu posicionamento. Afinal, assistentes sociais têm envolvimento direto com as questões que envolvem as cidades e a população, atém mesmo porque debater as cidades nunca se resumiu somente à infraestrutura ou à moradia: significa trazer à tona temas que estão interligados, como saúde, educação, segurança, transportes, cultura, lazer… Inclusive as relações humanas que as cidades propiciam! E quem está em todos estes espaços? Assistentes sociais.
O material da campanha foi distribuído para todos os CRESS e Seccionais, que estão organizando eventos comemorativos à data em suas regiões. A divulgação da campanha acontece por meio de peças impressas (Cartazes, marcadores de página e adesivos), internet, outdoors e busdoors (para ser veiculado em ônibus), rádio (spot), além de um vídeo para a TV.
Imagem mostra mulher com recém-nascido em fila de hospital e os dizeres: na copa, comemorar o quê? nosso grito é por saúde pública de qualidade(Foto: Bruno Costa e Silva / Arte: Rafael Werkema/CFESS)
A campanha do Dia do/a Assistente Social, além de destacar a data e reforçar o papel da categoria na defesa de políticas públicas para a população brasileira, é um protesto ao que o país vem acompanhando, pela mídia nacional e internacional, e por meio das denúncias de movimentos sociais, em relação aos megaeventos no Brasil: altos investimentos em estádios e obras emergenciais de pouca resolutividade, além de diversas denúncias de superfaturamento; inúmeras violações de direitos humanos sobre a população mais pobre do país, como despejos e desapropriações truculentas de pessoas em assentamentos informais; e mortes de operários nas obras para a construção de estádios.
Não à toa, as imagens da campanha denunciam situações de pessoas que, em plena capital federal, não têm seus direitos fundamentais garantidos. No transporte público, o trabalhador exausto espera por mais de 90 minutos, tempo de duração de uma partida de futebol, por um ônibus para ir pra casa. Na saúde, a mulher aguarda por mais de um mês, tempo de duração da Copa, um exame no SUS. E o que dizer das condições de habitação do cadeirante, numa comunidade a poucos quilômetros do Congresso Nacional? Tais imagens são apenas uma amostra dos problemas que atingem a cidade onde foi construído o estádio mais caro da Copa do Mundo 2014.
“Assistentes sociais lidam, cotidianamente, com famílias que não acessam seus direitos fundamentais que perpassam a questão urbana, como transporte e mobilidade, habitação, saúde e educação. Seja na elaboração ou na execução de políticas públicas, esta categoria acompanha as demandas da população brasileira”, afirmou a presidente do CFESS Sâmya Ramos.
Imagem mostra outdoor localizado na saída do aeroporto de Brasília (DF) com a campanha do Dia do/a Assistente SocialOutdoor está localizado bem na saída do Aeroporto de Brasília e pode ser visto por quem desembarca (foto: Rafael Werkema)
País democrático? Nem tanto.
O Conjunto CFESS-CRESS sabia que não seria fácil, em pleno ano de Copa, divulgar uma campanha com o teor como o que está sendo publicizado.
Para começar, até a utilização do nome Copa do Mundo foi patenteada, conforme norma da empresa organizadora do evento (Fifa). No site da Federação, há um documento que mostra todos os termos patenteados e passíveis de ação judicial: Copa do Mundo, Copa 2014, Brasil 2014, Copa do Munda da Fifa, entre tantos outros.
Uma medida que, segundo a empresa, tens fins econômicos, já que visa proteger a marca de pirataria, pode ser vista também como uma blindagem a campanhas contrárias ao megaevento.
E para piorar, o Conjunto CFESS-CRESS foi censurado em duas tentativas de veiculação do material.
A primeira delas aconteceu em Belo Horizonte (MG). O pedido de veiculação do CRESS do material do Dia do/a Assistente Social nos ônibus e metrô da cidade, nos espaços de publicidade que são alugados, foi negado pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) e pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). “Manifestamos nosso profundo descontentamento com tal atitude, considerando que o conteúdo abordado se trata de um contexto social defendido pelo Serviço Social Brasileiro, que por sua vez, atua efetivamente nos fundamentos filosóficos e ideológicos da categoria profissional, no país inteiro”, disse o CRESS em nota repúdio, disponível no site.
A segunda ação de censura aconteceu em Brasília (DF). Por se tratar da Capital Federal e sede da Copa, além de ser o palco de onde as imagens da Campanha do Dia d/a Assistente Social foram tiradas, o CFESS, excepcionalmente este ano, definiu locar dois espaços considerados públicos de divulgação: um em frente ao Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e o outro em frente à Rodoviária de Brasília. Para este segundo espaço, um painel eletrônico, o Conselho Federal teve a veiculação negada. Segundo a empresa que o administra, sob a concessão do Governo Distrital, o material do Dia do/a Assistente Social foi considerado um atentado à “moral e aos bons costumes políticos”.
“Este é mais um ato de censura que nossa campanha vem sofrendo e que deve ser denunciado para todo o Brasil”, comentou a presidente do CFESS Sâmya Ramos.
Por isso, o mote criativo da campanha do Dia do/a Assistente Social só não poderia ser mais certeiro porque faltou mais uma coisa. Além de saúde e transporte públicos de qualidade e de moradia digna, na Copa, o grito de assistentes sociais e de toda a população brasileira será também por liberdade de expressão.
Baixe e divulgue o material do Dia do/a Assistente Social 2014
Leia o CFESS Manifesta alusivo à data
Ouça o spot para rádio
Clique no player abaixo e assista ao vídeo

 

Conselho Federal de Serviço Social – CFESS
Gestão Tempo de Luta e Resistência – 2011/2014
Comissão de Comunicação
Rafael Werkema – JP/MG 11732
Assessoria de Comunicação

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