Mesa de Abertura
O CFESS e o CRESS MS realizaram o 7º Seminário Nacional de Comunicação do Conjunto CFESS CRESS na cidade de Campo Grande/MS, entre os dias 3 e 4 de setembro, antecedendo o 52º Encontro Nacional do Conjunto CFESS CRESS.
O CRESS SC esteve presente representado pela a conselheira coordenadora da Comissão de Comunicação, Karoline Gonçalves, por Cassiano Ferraz, assessor de comunicação do Conselho, e por Flávia de Brito Souza, assessora técnica do CRESS SC.
O Seminário Nacional de Comunicação foi transmitido on-line, pelo Canal do CFESS no YouTube, contou com a participação de especialistas que abordaram temas cruciais como colonialismo digital, inteligência artificial e enfrentamento à perpetuação de preconceitos; plataformização do trabalho e combate à desinformação. Além disso, no segundo dia, foi realizada uma oficina sobre orientações e estratégias de audiodescrição e descrição de imagens, para subsidiar, sobretudo, profissionais que atuam na comunicação do Conjunto CFESS CRESS.
Dr. Walter Lippold
No primeiro dia do Seminário Nacional, o professor Dr. Walter Lippold destacou o impacto do colonialismo digital, apresentando elementos relacionados à questão do racismo algorítmico e o papel das Big Tech nesse processo, onde toda e qualquer ação é orquestrada pelo lucro de um pequeno número de empresas dominantes. Ressaltou ainda a mercantilização da vida, onde os dados pessoais são transformados em mercadoria por corporações imperialistas.
Além disso, Lippold dialogou sobre as ideologias por trás da tecnologia, a intencionalidade, especialmente a execução de ações neoliberais como o incentivo à classe trabalhadora para a reprodução da força de trabalho na área da “uberização” e a plataformização, além do poder econômico por meio da entrega segmentada de anúncios nas plataformas digitais. Destacou a importância da alfabetização digital crítica, e a necessidade de ocupar espaços digitais de forma crítica, como estratégia de comunicação social, ainda que sejam espaços de controle exercido pelas Big Techs sobre a vida da população.
Pamela Ortiz
Na sequência, Pamela Ortiz enfatizou a comunicação como expressão de cultura e a importância de utilização das plataformas digitais como espaços de luta por causas sociais com o intuito do acesso ao direito à informação, para também romper com a desinformação imprimindo o compromisso ético e político da profissão.
As falas nos alertaram para os riscos digitais, principalmente, na proliferação de fake news. Apresentaram ainda a materialização da ideologia dos conteúdos.
Ana Mielke
À tarde, Ana Mielke focou na relação entre desinformação e democracia, questionando quem controla as redes de informação no Brasil e o impacto da personalização da informação e do polemismo nas plataformas. Ela citou casos históricos de desinformação, como as notícias falsas da década de 1990 sobre a possibilidade de transmissão do HIV por agentes comunitários de saúde em visitas domiciliares, destacando o papel das plataformas na manutenção de narrativas ideológicas e na resistência às regulações.
Leonardo Koury
Leonardo Koury dialogou sobre a importância da comunicação na sociedade capitalista, a necessidade de regulação e a atuação do Serviço Social no uso de uma linguagem acessível e não discriminatória. Ele reforçou a comunicação como instrumento de resistência às narrativas do capitalismo, defendendo uma estratégia de articulação com movimentos sociais para enfrentar a desinformação e promover uma nova ordem societária.
Na manhã do dia 04 foi realizada a “Oficina sobre Audiodescrição e Acessibilidade em imagens, vídeos e redes”, com Mylena Rodrigues e Felipe Mianes, respectivamente audiodescritora e audiodescritor da empresa “AD em Todos os Cantos”.
Felipe Mianes e Mylena Rodrigues
Na atividade, Mylena e Felipe explicaram o que é audiodescrição, apresentaram normativas disponíveis e recursos disponíveis de acessibilidade. Também ensinaram como produzir uma audiodescrição para os mais diferentes materiais e espaços: fotos, cards para redes sociais, peças gráficas em geral, artes/ilustrações e vídeos.
O CFESS lançou neste ano o folder “Audiodescrição e Serviço Social”. O guia prático, que conta com orientações para uma ação anticapacitista, trabalha, de forma sintética, este recurso de acessibilidade comunicacional para pessoas com deficiência visual (cegas ou com baixa visão), deficiência intelectual e/ou neurodivergentes. Acesse o folder “Audiodescrição e Serviço Social”
O 7º Seminário Nacional de Comunicação do Conjunto CFESS CRESS reforçou a urgência de refletirmos sobre o relacionamento entre tecnologia, comunicação, poder e democracia, apontando para a necessidade de uma alfabetização digital crítica e de ações coordenadas na luta contra a desinformação e pelo controle democrático das informações.
Este evento revela a complexidade dos desafios atuais e o papel fundamental da comunicação na construção de uma sociedade mais justa e Igualitária.
Clique e assista ao primeiro dia de atividades do Seminário de Comunicação
Clique aqui e assista à Oficina sobre Audiodescrição e Acessibilidade
Texto: Flávia de Brito Souza – Assessora Técnica do CRESS SC
Fotos: Cassiano Ferraz – Assessor de Comunicação do CRESS SC
Fonte: www.cfess.org.br