Assistentes Sociais ocupam as ruas de Brasília no 16º CBAS

Ato político se soma a movimentos populares na defesa de direitos

Mesa do ato político:40 anos da Virada: reafirmando o compromisso do Serviço Social e com a classe trabalhadora e contra o racismo (Rafael Werkema/CFESS)

“Não aceitamos mais retrocessos!”, “Queremos empregos!, “Queremos condições de trabalho”, “Não aceitaremos retrocessos nas políticas sociais!”. Foi com essas e outras palavras de ordem que o segundo dia do 16º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais (CBAS) foi preenchido.

As atividades da tarde do dia 31 de outubro começaram com a mesa/ato político “4 décadas da ‘virada’: reafirmando o compromisso do Serviço Social com a classe trabalhadora e contra o racismo” e terminaram com os/as assistentes sociais e estudantes participantes do evento ocupando as ruas da capital federal em defesa dos direitos de todos/as os/as trabalhadores e contra os retrocessos em todas as áreas. O grupo de rap “África Tática”, da cidade de Planaltina (DF), fez apresentações culturais durante as falas da mesa.

A mesa foi coordenada pela conselheira do CFESS Lylia Rojas e pela professora da PUC-SP Beatriz Abramides. “A luta que a gente faz é indo pras ruas, mas apontando que é com os movimentos sociais e populares que a gente constrói o projeto que defendemos e fortalece a luta em defesa da classe trabalhadora desse país, na qual nos inserimos”, destacou a conselheira do CFESS.

A professora Beatriz Abramides relembrou que, em 1979, a “virada” do Serviço Social, só foi, porque, naquele momento, “nós, assistentes sociais, mulheres e homens, estávamos articulados/as com a luta de classes que se processava no pais, colados no movimento sindical classista que se iniciava, com os trabalhadores rurais que lutavam pela terra, na luta pela moradia, pela saúde pública, pelos direitos de trabalhadores/as, na luta contra a ditadura, na luta anti-imperialista. A luta que ali fazíamos é a luta que aqui fazemos”, bradou a assistente social.

A conselheira do CFESS Lylia Rojas e a professora da PUC-SP Bia Abramides coordenaram a mesa sobre os 40 anos da virada (Rafael Werkema/CFESS)

E foi com movimentos sociais, centrais sindicais e entidades do movimento negro que o 16º CBAS se juntou nesta mesa, que teve a participação do Movimento Negro Unificado (MNU), Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), Articulação de Mulheres Negras Brasileiras (AMNB), Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas, Central Sindical Popular (CSP-Conlutas), Central Única dos trabalhadores (CUT), Intersindical, Unidade Classista, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

As/Os representantes dos movimentos destacaram a necessidade urgente de trazer, para a centralidade do debate no Serviço Social, a questão racial e de gênero, tendo em vista que o rebatimento da regressão de direitos, do corte nas políticas publicas é mais grave na população de mulheres negras e pobres das cidades.

Entidades do Serviço Social no debate

Antes de ir pras ruas de Brasília, a mesa também contou a representação do CFESS, com a conselheira Mauricleia Soares; da Enesso,  com a estudante de Serviço Social Brenda Rodrigues e da Abepss, com a professora da UFF Adrianyce de Sousa, que afirmou categoricamente: “resistir é a única direção que temos para avançar! Por isso, defendemos a universidade publica, gratuita, laica e de qualidade, articulada com os movimentos sociais aliados!”.

Visivelmente emocionada com a mesa, que reproduziu a ‘virada’ do Serviço Social contra o conservadorismo em 1979, a conselheira do CFESS Mauricleia Soares enfatizou: “estamos aqui para reafirmar um dos princípios de nosso Código de Ética, que é a articulação com os movimentos sociais, na luta por uma sociedade livre de exploração, de racismo, de machismo, de homofobia”. E completou: “O que nós queremos e vamos fazer é reforçar a unidade de trabalhadores/as, para lutar contra os retrocessos, a exemplo da mais recente contrarreforma da previdência, que vai atingir todos nós, assistentes sociais, em especial as mulheres pretas e pobres”.

Mauricleia Santos falou pelo CFESS, ressaltando a importância de se rememorar a Virada (Rafael Werkema/CFESS)

Nas ruas da capital

Tão logo encerrada a mesa no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília, os/as assistentes sociais, estudantes, movimentos sociais e entidades representativas da profissão foram para a Rodoviária do Plano Piloto, onde se somaram ao povo nas ruas, para protestar contra os retrocessos do governo Bolsonaro, pela manutenção dos direitos conquistados, por emprego para a população e também por respostas para o extermínio da população negra, representado pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), da menina Aghata Felix no Rio de Janeiro, do pedreiro Amarildo dos Santos, dentre outros/as.

O ato, que foi acompanhado por quem passava pela rodoviária na noite desta quinta-feira (31), seguiu pela Esplanada dos Ministérios, até a Biblioteca Nacional de Brasília, parando o transito da capital e angariando o apoio de pessoas, que desceram dos ônibus para se somar à manifestação.

É importante lembrar que as principais conferências do 16º CBAS são transmitidas ao vivo, pelos canais do CFESS no YouTube e no Facebook, onde também ficam disponíveis as filmagens completas. A programação do evento pode ser acessada no site oficial: www.cbas.com.br.

Confira abaixo mais fotos da mesa e do ato nas ruas da capital:

As falas dos movimentos sociais e centrais sindicais foram intercaladas pelas interveções artísticas do Grupo África Tática (Rafael Werkema/CFESS)

Destaque para a representatividade do povo negro: a grande maioria da mesa era formada por líderes negros/as (Rafael Werkema/CFESS)

Representante dos/as trabalhadores/as sem terra integrou a mesa (Rafael Werkema/CFESS)

A estudante da UFTM Brenda Rodrigues representou o movimento estudantil (Rafael Werkema/CFESS)
Federação das Trabalhadoras Domésticas marcou presença na mesa (Rafael Werkema/CFESS)

Início da caminhada dos/as congressistas para a Rodoviária do Plano Piloto, onde ocorreu o ato “Quem mandou matar Marielle?” (Leonardo Koury/Mídia Ninja)

Estudantes caminharam até o local do ato, passando pelo Estádio Nacional de Brasília
CFESS e assistentes sociais se somaram a trabalhadores/as que passaram pela Rodoviária na noite de quinta-feira (DIogo Adjuto/CFESS)
Conselho Federal marcou presença na luta por direitos dos/as trabalhadores/as brasileiros/as (Diogo Adjuto/CFESS)
Durante a marcha, profissionais ergueram os cartazes da campanha de gestão – Assistentes Sociais no combate ao Racismo (Diogo Adjuto/CFESS)
Participantes do CBAS e trabalhadores/as que se somaram à manifestação pararam as ruas e o trânsito da capital federal (Diogo Adjuto/CFESS)
Participantes bradaram: Quem mandou matar Marielle e Anderson? (Rafael Werkema/CFESS)

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CFESS lança a Agenda Assistente Social 2020 

Em defesa da diversidade humana: Conferência aponta resistências e lutas para a categoria

Conselho Federal de Serviço Social – CFESS

Gestão É de batalhas que se vive a vida – 2017/2020
Comissão de Comunicação
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