População em situação de rua e atuação do Serviço Social

Moradores de rua cobram ações da prefeitura da capital

Durante o seminário “População em situação de rua e atuação do Serviço Social”, realizado nesta quinta-feira (25), no auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa, Daniel Paz dos Santos, do Movimento População em Situação de Rua de Florianópolis, cobrou a implantação de um restaurante popular, a construção de casas de recolhimento e centro terapêutico. “É a única capital que não tem um restaurante popular”, criticou. 

Foto: Carlos Kilian

Segundo Daniel Paz, não há como reintegrar os moradores de rua sem estrutura e pessoal capacitado. “O morador de rua tem dificuldade de voltar ao mercado de trabalho, ficou ultrapassado com a era da informática. Hoje até para varrer rua tem de ter segundo grau. Queremos fazer um curso profissionalizante, voltar a estudar. Eu estou estudando, mesmo com 40 anos”, reivindicou.
O representante de Florianópolis criticou o albergue localizado na avenida Hercílio Luz. “Lá você é tratado como lixo. Tem direito de entrar, tomar banho e ir para cama, mas não pode conversar, sair para fumar um cigarro. Tem o direito de permanecer e ficar calado”, explicou. Daniel também reclamou da falta de locais para o morador de rua satisfazer suas necessidades físicas, além de cuidar da higiene pessoal. “Algum de vocês já foi em algum banheiro público dessa cidade sem pagar”, questionou.
A realidade de São José 
De acordo com a assistente social da Prefeitura de São José, Ciberen C. Ouriques, o município paga multa de R$ 15 mil por mês desde 2008 por causa do descumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com o Ministério Público para a implantação da rede de saúde mental. “O município realizou um concurso público, mas a rede física não existe. Não tem CAPS I, II e III”, lamentou a assistente social. (Vitor Santos)

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